Agora que chegou aqui…
Ao longo do último ano, o MUNDO ATUAL tem conquistado cada vez mais leitores.
Nunca quisemos limitar o acesso aos nossos conteúdos, ao contrário do que fazem outros órgãos de comunicação, e mantivemos sempre todas as notícias, reportagens e entrevistas abertas para que todos as pudessem ler.
Mas precisamos do seu apoio. Para que possamos, diariamente, continuar a oferecer-lhe a melhor informação, não só nacional como local, assim como para podermos fazer mais reportagens e entrevistas do seu interesse.
O MUNDO ATUAL é um órgão de comunicação social independente e isento. E acreditamos que para que possamos continuar o nosso caminho, que tem sido de sucesso e de reconhecimento, é importante que nos possa ajudar neste caminho que iniciámos há um ano.
Desta forma, por tão pouco, com apenas 1€, pode apoiar o MUNDO ATUAL.
Obrigado!
Foi de um sonho que nasceu o projeto que cria oportunidades e integra pessoas portadoras de deficiência no mercado de trabalho: o Semear. Criado em 2014, o programa pretende contribuir para a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade, através de uma academia que disponibiliza formações para o desenvolvimento de competências, empregabilidade e inserção profissional. Ao longo dos últimos oito anos, foram mais de 80 os jovens e adultos que viram, através do Semear, os seus sonhos ganharem asas e o nascer de uma nova oportunidade para fazer a diferença na sociedade. Ao Mundo Atual, a presidente do Programa Semear detalha ainda que a par da inserção social, o projeto assenta também num sistema de produção e transformação agrícola sustentável.
Semear sonhos e oportunidades para que pessoas com deficiência possam fazer a diferença num Mundo que não está ainda adaptado às desigualdades. É este o grande objetivo do Semear, um programa inclusivo assente na formação e desenvolvimento de competências para a empregabilidade e inserção profissional.
PUB – CONTINUE A LER A SEGUIR
“Trata-se de um programa criado em 2014, que é composto por uma academia onde é dada formação certificada e de preparação para o mercado de trabalho, e tem também negócios sociais associados que servem, não só, como palco de formação prática, em contexto de trabalho, como também para a criação de produtos socialmente e ambientalmente sustentáveis, que revertem para a sustentabilidade do projeto”, começou por explicar, em entrevista ao Mundo Atual, Joana Santiago.
A Academia Semear é uma escola certificada que disponibiliza formação em diversas áreas, como o setor agroalimentar, administração hoteleira e restauração.
Todas as formações são adaptadas às necessidades de cada aluno, “uma vez que todos têm a sua história e a sua condição”, o que requer que haja um estudo prévio e uma análise aprofundada de cada estudante.
O Programa é composto por uma academia onde é dada formação certificada e de preparação para o mercado de trabalho e tem também negócios sociais associados.
“Paralelamente às aprendizagens profissionais e técnicas, os alunos têm também um programa extensivo de capacitação pessoal, social e hábitos de vida, que lhes permite a independência. Aprendem tarefas para viverem em sociedade, como cuidar da casa, autonomia no meio, saber usar os transportes públicos, utilizar o dinheiro, recorrer a serviços…tudo isso é ensinado através de uma formação”, revela a diretora.
“As formações são sempre acompanhadas de experiências práticas e de pequenos estágios em empresas para que possam escolher o seu caminho e integrar-se com toda a facilidade”
As atividades lecionadas, de uma forma teórico-prática, permite-lhes adquirir uma vasta experiência profissional ao longo da formação, tirando partido dos espaços ao ar livre, sem obrigar os alunos ao confinamento numa “sala de aula”.
“As formações são sempre acompanhadas de experiências práticas e de pequenos estágios em empresas, permitindo o contacto com o mundo real, para que possam escolher o seu caminho e integrar-se com toda a facilidade”, sublinha.
Academia já formou mais de 80 alunos
A Academia Semear possui, atualmente 54 alunos, “mas é um número que está sempre a variar… já passaram pela academia mais de 80 pessoas”, realça.
Através do programa e, após a realização de formações, já foram integradas na equipa Semear doze pessoas com dificuldade intelectual e de desenvolvimento.
“Também colocamos estas pessoas em empresas. O objetivo é que encontrem o seu caminho e um emprego, sempre com a nossa ajuda”, conta Joana Santiago.
Neste projeto é ainda criada uma rede de parcerias que integra famílias, empresas, entidades públicas, agentes educativos e técnicos especializados, “fazendo com que o melhor de cada um seja colocado ao serviço de todos”.
“O Semear foi criado pela necessidade que existe no mercado. Há uma grande taxa de desemprego entre as pessoas com deficiência…e pela necessidade de criar respostas inclusivas que tornem estas pessoas, com dificuldade intelectual e de desenvolvimento, ativas e participativas na sociedade”, acrescenta.
Semear Mercearia combate o desperdício
Combater o desperdício alimentar é também um dos objetivos do Semear que, com a ajuda de pessoas com deficiência, transforma produtos em alimentos «gourmet».
O Semear Mercearia “é um negócio social inclusivo” que se dedica à preparação, confeção, transformação e venda de produtos «gourmet» artesanais com a missão de empregar pessoas com deficiência.
“São produtos «gourmet» de qualidade, já certificados, que são vendidos em mercados e no nosso site. Todos os produtos são confecionados, preparados, embalados e rotulados por estes jovens com dificuldades intelectuais”, explica Joana Santiago, reforçando a importância do trabalho, em conjunto, com agricultores e produtores locais “que contam connosco para escoar a sua produção”.
Os produtos do Semear Mercearia podem ser adquiridos no site oficial do projeto, na Academia Semear, localizada na Tapada da Ajuda, em Lisboa, e ainda em alguns hipermercados.
Também com um cariz biológico e uma aposta em produtos sustentáveis, Joana Santiago aborda ainda o projeto Semear na Terra, um negócio social e inclusivo que se dedica à produção hortícola biológica, através de uma exploração agrícola com 12 hectares.
O objetivo é o mesmo: “formar, empregar e integrar sócio-profissionalmente jovens e adultos com dificuldade intelectual e de desenvolvimento”.
