13 Março 2023, 21:46

Câmara de Cascais assegura que abate de árvores visa erradicar espécies invasoras

LUSA Autor
Agência de notícias de Portugal

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Organizações ambientalistas denunciaram hoje o abate de centenas de árvores no Parque Natural Sintra-Cascais, considerando que se trata de “crime ambiental”, mas a Câmara de Cascais assegurou que a intervenção florestal visa controlar e erradicar espécies invasoras exóticas.

Em causa está o “abate de centenas de árvores de grande porte numa área significativa do Parque Natural Sintra-Cascais”, na freguesia de Alcabideche, concelho de Cascais, distrito de Lisboa, situação para a qual foi apresentada queixa a várias entidades, inclusive ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, informou o Grupo dos Amigos das Árvores de Sintra, uma das organizações ambientalistas que denunciaram o caso.

A queixa foi apresentada por um grupo de vários cidadãos e de várias organizações ambientalistas, nomeadamente SOS Parque Natural Sintra-Cascais, Grupo dos Amigos das Árvores de Sintra, QSIntra, Fórum Cidadania Lisboa, Fórum por Carcavelos, Grupo Ecológico de Cascais ONGA e Associação de Defesa da Aldeia de Juso.

Divulgando fotografias e vídeos do corte de árvores, as organizações ambientalistas afirmam que se tratam de “espécies não-invasivas” e que “a extensão do abate é grande”, exigindo “medidas imediatas” para “impedir a continuação da destruição de um património natural numa zona protegida por lei no Parque Natural Sintra-Cascais, o primeiro parque natural nacional, com biodiversidade única ao nível de flora e fauna, insubstituível e de extrema importância para o meio ambiente e para o país, em particular perante o cenário de emergência climática”.

O Grupo dos Amigos das Árvores de Sintra reforçou que “a situação é realmente muito grave”, inclusive pelo período de seca, uma vez que “os troncos têm sido deixados no local e vão secando, pelo que potencia sérios riscos de incêndio”, acrescentando que “os abates, pelas movimentações que têm sido feitas no terreno, tudo indica que vão continuar”.

Em resposta à agência Lusa, a Câmara de Cascais, presidida por Carlos Carreiras (PSD), informou que a área do perímetro florestal no concelho é cogerida com o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e que esta intervenção na serra de Sintra e Penha Longa “tem única e exclusivamente objetivos de conservação e pressupõe, entre outras ações, o controlo e erradicação de espécies invasoras exóticas, em particular a acácias spp. para, consequentemente, se iniciar o processo de restauração da floresta nativa, com plantação de árvores e arbustos distribuídos em função da sua especificidade (nomeadamente carvalhos, sobreiros, medronheiros, espécies arbustivas diversas e ripícolas)”.

O município de Cascais assegurou que esta tarefa “é essencial” para a redução do risco de incêndio, em que esta é uma zona crítica, como para o combate às alteração climáticas e necessidade de conter a perda de biodiversidade.

“Naturalmente que este tipo de intervenções tem impacto na paisagem, mais na sua componente estética, tão pouco na fauna ou flora que, nestas zonas, é praticamente inexistente, face ao caráter invasivo destas plantas”, expôs a Câmara de Cascais, referindo que para mitigar este impacto as áreas de intervenção são limitadas a 5/6 hectares e distante entre elas para descontinuar esta intervenção à escala da paisagem, pelo que esta gestão está planeada a médio/longo prazo e representa um investimento significativo da autarquia que recorre a apoios do POSEUR e PDR, inclusive porque estima-se que sejam necessários cerca de cinco anos até se conseguir de facto controlar as plantas invasoras de uma parcela.

Sobre a queixa apresentada pelas organizações ambientalistas, o município de Cascais considerou que “somente o desconhecimento, seja dos valores naturais como do risco que acarretam, pode levar a estas interpretações” de crime ambiental, ressalvando que “é sempre bom quando a sociedade está atenta”, mas importa continuar a trabalhar na educação e sensibilização ambiental para “ter cada vez mais cidadãos esclarecidos e bem informados”.

A Câmara de Sintra, presidida por Basílio Horta (PS), disse que “nenhuma das situações denunciadas de abate de centenas de árvores se realiza em território do município”, no entanto, atendendo que decorre no Parque Natural Sintra-Cascais, “as autoridades competentes devem ser alertadas para esta situação”.

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