
Não se pode pedir ao Município do Porto que, de uma vez, gaste as balas todas. Se estivéssemos a usar toda a «bazuca», não me admirava que oposição dissesse que era eleitoralismo.
O Executivo liderado por Rui Moreira aprovou, em reunião de Câmara, um reforço orçamental, para 2021, que ronda os 52 milhões de euros e cujo objetivo é combater a pandemia.
A primeira revisão orçamental da Câmara do Porto já foi aprovada – com abstenções dos vereadores do PS, PSD e CDU –, mas Rui Moreira admite mesmo que poderá haver novo reforço nos próximos meses.
Perante uma folga superior à expectável, a maioria independente propôs a incorporação nesta primeira revisão orçamental de 51,7 milhões de euros, destacando como prioridades “as medidas de curto prazo de mitigação da crise sanitária, o reforço do programa de apoio à renda, Porto Solidário, e o relançamento e incremento da linha de emergência de apoio ao associativismo, entre outras”.
Defendendo que este ano traz “um conjunto de incertezas”, porque “não sabemos até quando vai durar o confinamento e como vai decorrer o plano de vacinação daqui em diante”, o presidente da Câmara do Porto frisa que a atual conjetura recomenda prudência.
“Não se pode pedir ao Município do Porto que, de uma vez, gaste as balas todas. Se estivéssemos a usar toda a ‘bazuca’, não me admirava que oposição dissesse que era eleitoralismo”, sublinhou.
Ainda assim, Rui Moreira admite que “se situação piorar, poderemos reajustar as políticas”.
“Estamos disponíveis para medidas de apoio à economia, embora seja essa uma responsabilidade do Governo”, sinalizou, em resposta às intervenções da Oposição, nomeadamente do PS e da CDU, que reclamaram maior ousadia nesta primeira revisão orçamental.
Rui Moreira desafiou ainda a Oposição a dar sugestões: “Estou disponível a ouvir as vossas sugestões, o que não significa que se dê tiros de zagalote”, sublinhou, admitindo que “não faria sentido estarmos a criar medidas avulsas”.
Apoio de 200 mil euros para associações e coletividades
Na mesma reunião foi ainda aprovada, agora por unanimidade, a Linha de Apoio de Emergência às Associações do Porto – Covid-19.
“Mitigar os efeitos da pandemia junto do tecido associativo da cidade é o objetivo do programa, criado em abril do ano passado, e que vê este ano a verba ser reforçada para os 200 mil euros”, refere a autarquia.
A proposta, assinada pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, surge “com o objetivo de assegurar que as associações da cidade não ficam totalmente desprotegidas” e assinala que a pandemia “tem vindo a provocar sérios constrangimentos sociais e económicos, importando o cenário de uma recessão económica grave e com um impacto profundo no dia-a-dia das pessoas, das famílias e das instituições”.
O reforço da linha de apoio faz-se “cumprindo com o compromisso assumido na reunião anterior, perante a recomendação que foi apresentada pela CDU”, notou Rui Moreira.
Plano de Vacinação apresentado amanhã
Entretanto, a Câmara do Porto apresenta amanhã o modelo de vacinação contra a Covid-19 preparado para o concelho.
O presidente da autarquia, Rui Moreira, o Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de São João, Fernando de Araújo, e o CEO da Unilabs Portugal, Luís Menezes, vão anunciar de que forma será feita a vacinação no município, numa iniciativa conjunta das três instituições.