
Agora que chegou aqui…
Ao longo do último ano, o MUNDO ATUAL tem conquistado cada vez mais leitores.
Nunca quisemos limitar o acesso aos nossos conteúdos, ao contrário do que fazem outros órgãos de comunicação, e mantivemos sempre todas as notícias, reportagens e entrevistas abertas para que todos as pudessem ler.
Mas precisamos do seu apoio. Para que possamos, diariamente, continuar a oferecer-lhe a melhor informação, não só nacional como local, assim como para podermos fazer mais reportagens e entrevistas do seu interesse.
O MUNDO ATUAL é um órgão de comunicação social independente e isento. E acreditamos que para que possamos continuar o nosso caminho, que tem sido de sucesso e de reconhecimento, é importante que nos possa ajudar neste caminho que iniciámos há um ano.
Desta forma, por tão pouco, com apenas 1€, pode apoiar o MUNDO ATUAL.
Obrigado!
Os sete cavalos apreendidos ontem pela Intervenção e Resgate Animal (IRA) da exploração pecuária em Valongo apresentavam-se tão doentes e malnutridos como quando foram encontrados há um mês, revelou hoje o presidente daquela associação, Tomás Pires.
No início de fevereiro, uma denúncia de alegados maus-tratos na exploração de cavalos em Sampaio, na freguesia de Ermesinde, ditou uma investigação da Câmara de Valongo, Brigada de Proteção Ambiental da PSP e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).
PUB – CONTINUE A LER A SEGUIR
A IRA avançou, dias depois, com uma dupla proposta, uma abrangendo até 10 dos cavalos em pior estado e outra para a totalidade, sendo que nas duas situações seriam transportados para o sul do Alentejo.
“Fomos contactados há cerca de duas semanas pela DGAV para garantirmos o alojamento de sete cavalos”, revelou Tomás Pires, precisando que “ficou acordado o transporte, alojamento, alimentação e cuidados médico-veterinários por tempo indefinido” e que os animais foram transportados em camião.
Segundo o dirigente, ao chegar na terça-feira à exploração percebeu que “os animais continuam magros, feridos e doentes” e que “é possível que tenha sido por causa disso que a DGAV alterou as condições e ordenou o seu transporte”.
“Temos cavalos novos e mais velhos, todos eles maltratados, com má nutrição. Estavam tão malnutridos quanto estavam quando foram encontrados em fevereiro”, acrescentou.
Citando o auto de apreensão, Tomás Pires referiu que na exploração “verifica-se a falta de medidas necessárias por parte do detentor ou proprietário para assegurar o bem-estar animal, deficiência na limpeza e remoção do estrume, falta de alimentação e água a intervalos apropriados e em quantidade suficiente para manter o bom estado de saúde dos animais e satisfazer as suas necessidades nutricionais e falta de cuidados veterinários”.
“O proprietário não cumpre com as suas obrigações legais”, acusou, assinalando que a exploração “só tem licenciamento para 50 animais”.
Sobre as condições em que os animais foram alojados na herdade, o responsável referiu “haver bastante pasto”, mas alertou que “daqui por três meses começa o verão, muito calor, acaba o pasto e terá de haver um reforço da ração e compra de feno e as despesas vão tornar-se exorbitantes”, razão pelo qual pretendem, nesse período, “tornar os cavalos saudáveis para adoção”.
Neste meio tempo, anunciou o gabinete jurídico da IRA “vai interceder junto do Ministério Público para que os animais sejam libertados da apreensão em que se encontram atualmente e possam vir a ser adotados”.
Sobre os restantes 79 cavalos, o dirigente da associação afirmou desconhecer o seu futuro, mas admitiu que “irão fazer pressão para que sejam retirados da exploração”, mantendo a proposta inicial que prevê o acolhimento e que a “DGAV suporte os custos inerentes”.
“Caso, entretanto, o Ministério Público entenda que estes [sete] animais podem ir para adoção, imediatamente teremos mais espaço para alojar gratuitamente mais cavalos”, afirmou.