13 Março 2023, 23:56

CGD mantém intenção de manter um dos bancos de Cabo Verde mas não a qualquer preço – CEO

LUSA Autor
Agência de notícias de Portugal

Lisboa, 11 fev 2022 (Lusa) – A CGD retirou o Banco Comercial do Atlântico, o maior de Cabo Verde, de ativos detidos para venda, referindo o presidente que o banco público mantém a intenção de vender um dos dois bancos que tem em Cabo Verde.


“Não há alteração de vontade da Caixa ou do acionista de vender um dos dois bancos de Cabo Verde, é preciso que haja quem queira comprar e por valor adequado, não estamos disponíveis para vender por qualquer preço”, disse Paulo Macedo, em conferência de imprensa hoje.


Paulo Macedo não quis dar mais informações sobre o tema, nomeadamente se houve alguma negociação mais avançada que não foi avante, deixando a divulgação de informação para o Governo, caso este o queira fazer.


“A nossa recomendação está no Governo, se [o executivo] quiser revelar”, afirmou.


O presidente executivo da CGD frisou que “não faz nenhum sentido a Caixa ter dois bancos em Cabo Verde”, mas que a evolução desse processo “vai depeder do mercado, da procura, das autoridades de Cabo Verde”.


O Banco Comercial do Atlântico (BCA), o maior de Cabo Verde, é detido pelo grupo Caixa Geral de Depósitos em mais de 59%.


Através do Banco Interatlântico, que detém igualmente em Cabo Verde, a CGD controla 52,65% do BCA, ao que se soma uma participação própria de 6,76%.


Desde 2019 que a CGD tem em curso o processo de venda da participação no BCA, optando por ficar no mercado cabo-verdiano apenas com o Banco Interatlântico. A venda da participação no BCA, que no total ultrapassa um peso de 59%, estava prevista no plano estratégico da CGD para 2017-2020.


Em 24 de dezembro passado, a Lusa noticiou que o Banco Comercial do Atlântico (BCA) decidiu aplicar 25% dos lucros de 2020 em dividendos aos acionistas, no valor de 2,50 euros por ação. A decisão de pagar dividendos foi tomada em assembleia-geral extraordinária.


O BCA reservou, assim, 25% dos lucros, equivalente a 370.409.544 escudos (3,3 milhões de euros), para distribuição de dividendos do exercício de 2020, no valor de 279,604 escudos (2,52 euros) por ação.


Em 2020, o BCE teve um resultado líquido histórico — o maior lucro em 28 anos – de 1.482 milhões de escudos (13,4 milhões de euros), um crescimento de 26,7% face aos lucros de 1.170 milhões de escudos (10,6 milhões de euros) em 2019.


O sistema financeiro cabo-verdiano funciona com sete bancos comerciais, mantendo o BCA a liderança, com uma quota de mercado, em novembro de 2020, de 30,4% no crédito concedido e de 33,9% nos depósitos.


A instituição contava no final de 2020 com 34 balcões, distribuídos por todo o arquipélago, com 437 trabalhadores.


O saldo dos depósitos de clientes do BCA atingiu 77.800 milhões de escudos (703,5 milhões de euros) no final de 2020, uma quebra de quase 1% face ao ano anterior, enquanto o total de novos financiamentos concedidos atingiu os 8,39 milhões de escudos (75 milhões de euros), menos 7,3%, como efeito da crise económica provocada pela pandemia.


Globalmente, a carteira de crédito do BCA rondava no final de 2020 os 54.186 milhões de escudos (490 milhões de euros) e o incumprimento diminuiu em cerca de 512 milhões de escudos (4,6 milhões de euros), equivalente a -13,9%, cifrando-se em dezembro do ano passado em 3.171 milhões de escudos (28,6 milhões de euros).


O BCA fechou 2020 com um ativo total de 87.414 milhões de escudos (790,3 milhões de euros), aumentando 0,8% face ao ano anterior, e um passivo que caiu 1,12%, para 79.594 milhões de escudos (719,6 milhões de euros).


O produto bancário do BCA caiu 2% em 2020, para 3.374 milhões de escudos (30,5 milhões de euros).



IM (PVJ) // MSF


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