
Lisboa, 29 abr 2022 (Lusa) – A Infraestruturas de Portugal (IP) passou de prejuízos de 56 milhões de euros em 2020 para lucros de 14 milhões de euros, de acordo com dados divulgados pela empresa.
“O resultado líquido da IP regressa assim a terreno positivo, fixando-se em 14 milhões de euros, refletindo, fundamentalmente, a redução do impacto extraordinário, global e não previsível da covid-19 face a 2020”, refere a IP, em comunicado.
No ano passado, o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) ascendeu a 497 milhões de euros, “verificando-se um aumento de 12% face ao valor registado em 2020 (445 milhões de euros)”, lê-se no documento.
“Esta evolução deveu-se principalmente ao aumento do rendimento com as principais receitas, designadamente, da contribuição do serviço rodoviário (52 milhões de euros) e da tarifa de utilização da infraestrutura ferroviária (cinco milhões de euros)”, explica a IP.
“A redução do impacto da pandemia covid-19 sobre o nível de utilização da infraestrutura rodoferroviária sob gestão da IP durante ano de 2021, face a 2020, foi determinante para o aumento daqueles rendimentos, apesar de ainda não se terem atingido os níveis de utilização de 2019”, acrescenta.
No que respeita à receita de portagens, registou-se uma diminuição de 5% (menos 15 milhões de euros), “apesar do aumento da utilização da infraestrutura, em resultado da introdução nas AE ex-SCUT, em 01 de julho de 2021, do novo regime de descontos previsto nos artigos 425.º e 426.º da LOE (50% nas tarifas de portagem)”.
A IP aumentou o nível de intervenções na infraestrutura face ao registado em 2020: “com efeito, em 2021, o gasto com as atividades de conservação das redes rodoviária e ferroviária ascendeu a 196 milhões de euros, mais 5% do que o registado em 2020”.
O resultado financeiro teve uma melhoria de 24 milhões de euros, “cujo principal contributo se deve à redução de menos 21 milhões de euros na componente dos juros afetos às subconcessões, em virtude da descida do passivo associado, a que acresce a redução do impacto dos encargos financeiros associados à dívida sob gestão direta da IP em menos cinco milhões de euros”.
A evolução “positiva apenas é contrariada pelo aumento dos outros gastos financeiros”, onde se destacam os associados à obtenção de garantias bancárias para processos fiscais, em mais dois milhões de euros.
“De destacar ainda o crescimento do investimento, com particular ênfase o desenvolvimento do programa Ferrovia 2020, e que permitiu atingir os 278 milhões de euros de execução no ano, significando um crescimento de 36% face a 2020, seguindo assim a forte tendência de crescimento já verificada nos anos anteriores”, refere a IP.
A Infraestruturas de Portugal refere ainda que manteve “a aceleração da liquidação da respetiva faturação, sempre que possível” e que “esta medida veio permitir que em 2021 o prazo médio de pagamentos (PMP) da IP se tenha fixado em 15 dias”.
No ano passado, “assistiu-se à redução do ‘stock’ de dívida financeira da IP em 640 milhões de euros, fixando-se este agregado no final de dezembro de 2021 em 4.145 milhões de euros”.
As amortizações realizadas dizem respeito ao Eurobond 0621 (500 milhões de euros) e às dos empréstimos contraídos junto do BEI (129 milhões de euros).
“Por fim, destaca-se a manutenção da política de financiamento prosseguida pelo acionista de capitalização da empresa através de operações de aumento de capital que, em 2021, ascenderam a 1.613 milhões de euros e que reflete o empenho do Estado português nos ambiciosos programas de modernização em curso”, conclui.
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