
A celebrar, este ano, o 50.º aniversário, o Instituto Universitário Justiça e Paz (IUJP), criado pela Diocese de Coimbra para a Pastoral Universitária, é uma instituição sem fins lucrativos, que pretende apoiar a comunidade académica local, ao nível religioso, social e cultural. No sentido de conhecer um pouco da sua história e ação, o Mundo Atual esteve à conversa com o padre Paulo Simões, diretor do instituto que recebeu, recentemente, um donativo especial do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
O IUJP tem vindo a desenvolver um trabalho social relevante junto dos estudantes do ensino superior da Universidade de Coimbra, que se destacou nos últimos dois anos.
“Durante o período da pandemia, a instituição reforçou a sua missão no apoio próximo e concreto à vida dos estudantes, por forma a mitigar os efeitos que dela decorreram, nomeadamente o isolamento social, problemas de saúde mental, insucesso e abandono académico”, explicou Paulo Simões, ao Mundo Atual.
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Apesar de não ter reduzido os apoios prestados aos universitários, a instituição passou uma fase difícil, devido aos confinamentos, agravada pelo facto do seu restaurante e bar, fundamental para o financiamento, ter “encerrado durante algum tempo”.
“Ainda estamos a sair dessa fase”, garante o padre Simões, sublinhando que o centro “ainda está debaixo de água, mas com equipamento de mergulho”.
De acordo com o diretor – nomeado diretamente por Virgílio do Nascimento Antunes, Bispo de Coimbra – apesar da ação do IUJP se dirigir, especialmente, à comunidade académica, o mesmo mantém uma excelente relação com toda a comunidade, empresas e instituições do concelho.
O IUJP tem vindo a desenvolver um trabalho social relevante junto dos estudantes do ensino superior da Universidade de Coimbra, que se destacou nos últimos dois anos.
Donativo de Guterres foi «lufada de ar fresco»
No âmbito do reconhecimento público da instituição, e do trabalho que desenvolve junto da comunidade, foi com satisfação que recebeu do próprio Secretário-Geral da ONU, António Guterres, uma contribuição importante para minimizar as dificuldades que advêm de dois anos “particularmente difíceis”.
“Estamos imensamente gratos pelo seu apadrinhamento já que se trata de um apoio fundamental para a retoma da estabilidade e do reforço da missão do instituto”, salientou o diretor, reforçando a importância desta escolha, que se deveu “ao trabalho social relevante que desenvolve” e ao facto de António Guterres ter “participado na Pastoral Universitária quando estudante”. O ex-primeiro-ministro português foi distinguido, em março, com o Prémio Universidade de Coimbra 2022, no valor de 25 mil euros.
Instituído em 2004, o galardão é composto por 10 mil euros para o vencedor e 15 mil para a atribuição de uma Bolsa de Investigação Santander, para apoiar o desenvolvimento de trabalho numa área a definir pelo premiado.

Projetos de cariz social e religioso a decorrer
O IUJP tem, atualmente, em desenvolvimento, dois grandes projetos de cariz religioso e social. Assim, o Serviço Pastoral do Ensino Superior (SPES) atua ao nível do desenvolvimento humano e espiritual dos estudantes, em quatro áreas distintas: voluntariado, formação, oração e anúncio.
Já o projeto social, denominado de Fundo Solidário NEXT apoia, anualmente, mais de 160 estudantes com propinas, alojamento, alimentação e saúde, garantindo o acompanhamento personalizado a cada estudante. Ainda no âmbito deste projeto, o IUJP dinamiza uma equipa de estudantes que se voluntaria para dar explicações gratuitas, dispondo de uma bolsa de 125 voluntários, com cerca de 50 ativos a cada semestre, a dar explicações aos universitários.
Inovação e empreendedorismo
Reconhecido como «Iniciativa de Inovação e Empreendedorismo Social» pelo programa «Portugal Inovação Social», do quadro de financiamento comunitário cessante, o IUJP pretende prestar bons serviços de acolhimento, através de iniciativas de solidariedade, num “espaço único e emblemático da cidade e da vida académica”, salienta o diretor. O restaurante «Justiça e Paz», uma das fontes de receita da instituição, possui uma ampla sala de jantar e varandas com vista de excelência sobre o Mondego e o Jardim Botânico. Sem fins lucrativos, a infraestrutura financia a missão do instituto, apoiando a concretização dos seus projetos, nomeadamente o Fundo Solidário NEXT. “Durante os confinamentos, o restaurante manteve-se sempre aberto de forma a apoiar os estudantes mais frágeis, chegando a oferecer cerca de 700 refeições diárias à comunidade”, lembra o padre, salientando que através da adesão ao movimento «Sopa para Todos» servia “cerca de 1300 sopas ao dia”.
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