
Maputo, 17 set 2021 (Lusa) – As forças armadas moçambicanas anunciaram que resgataram 21 pessoas de Mbau, uma aldeia de Cabo Delgado anteriormente ocupada por rebeldes, e que as transportaram hoje para Pemba, capital provincial, para receber assistência médica.
“Encontrámos essas pessoas” durante buscas por inimigos, descreveu Genito Manganimanja, primeiro-tenente das Forças Armadas e de Defesa de Moçambique (FADM) à Televisão de Moçambique, durante a chegada ao porto comercial de Pemba do navio que transportou o grupo.
Entre os 21 sobreviventes há duas crianças e vários idosos, referiu.
Uma outra criança de três anos morreu com problemas de respiração antes de poder ser transportado para Pemba e uma mulher idosa debilitada perdeu a vida durante a viagem de 200 quilómetros, que demorou cerca de 10 horas.
O grupo foi encontrado durante uma incursão das forças armadas em Mbau, zona remota do distrito de Mocímboa da Praia, onde insurgentes tinham uma das suas bases, que, entretanto, abandonaram.
Segundo o oficial das FADM, os sobreviventes relataram ter sido obrigados a conviver na sua aldeia, ???????durante longos períodos, com insurgentes e que passaram por muitas dificuldades para ter comida.
“De onde saíram, a alimentação era difícil. Viviam de mandioca seca”, mas mesmo essa acabou, referiu.
De Mbau, os sobreviventes foram transportados para a sede de distrito, Mocímboa da Praia, onde foram alimentados pelos militares com papas durante três dias, até se recomporem minimamente para a viagem até Pemba.
No entanto, todos mostram problemas de saúde.
“Estão debilitadas”, com sinais de subnutrição, e com “problemas de respiração”, disse Manganimanja.
Cabo Delgado é uma província rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades moçambicanas.
Desde julho, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda, a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu aumentar a segurança, recuperando várias zonas onde havia presença de rebeldes, nomeadamente a vila de Mocímboa da Praia, que estava ocupada desde agosto de 2020.
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