
Berlim, 11 fev 2022 (Lusa) — Líderes ocidentais, como o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden, o chanceler alemão Olaf Scholz e o Presidente francês Emmanuel Macron, prometeram hoje sanções “rápidas e drásticas” contra Moscovo, caso a Rússia avance com uma invasão à Ucrânia.
Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Polónia, Roménia, França, Alemanha, Conselho Europeu, Comissão Europeia e NATO mantiveram esta sexta-feira à tarde um encontro virtual, numa altura em que os esforços diplomáticos procuram impedir que a crise entre a Rússia e a Ucrânia resulte numa guerra.
“Os aliados estão determinados a tomar em conjunto sanções rápidas e drásticas contra a Rússia no caso de novas violações da integridade territorial e soberania da Ucrânia”, referiu o porta-voz do chanceler alemão, através da rede social Twitter, após a reunião.
“Todos os esforços diplomáticos visam convencer Moscovo a avançar para a desescalada. O objetivo é evitar uma guerra na Europa”, adiantou.
Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apontou que todas as opções estão em cima da mesa e que as possíveis sanções afetariam “os setores financeiro e energético, bem como as exportações de produtos de alta tecnologia”, segundo uma nota divulgada pelo seu gabinete.
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson expressou que teme “pela segurança da Europa nas circunstâncias atuais”, refere uma nota de Downing Street, o gabinete oficial do chefe do governo britânico.
A incerteza quanto ao momento é grande e o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, alertou que a Rússia pode invadir “a qualquer momento a Ucrânia”.
Na mesma toada, o chefe dos serviços secretos noruegueses garantiu hoje que está tudo pronto, do ponto de vista operacional, para um amplo espetro de operações militares russas na Ucrânia, sublinhando que a decisão do que acontecerá pertence agora ao Kremlin.
As muitas reuniões virtuais e encontros presenciais dos últimos dias não foram capazes de avançar na desescalada do conflito ucraniano, momento descrito pelos ocidentais como o mais perigoso desde o final da Guerra Fria, há três décadas.
Também hoje, o Kremlin (presidência russa) apontou que as discussões da véspera em Berlim, entre representantes da Rússia, Ucrânia, Alemanha e França não produziram “nenhum resultado”.
A Rússia enviou mais de 100.000 soldados para as fronteiras da Ucrânia, onde conduz atualmente manobras, suscitando receios por parte do Ocidente de uma operação militar contra Kiev.
Moscovo, que já anexou a península da Crimeia em 2014, nega qualquer movimento agressivo em direção à Ucrânia, mas condiciona qualquer desescalada a uma série de requisitos, incluindo a garantia de que Kiev nunca integrará a NATO, algo que o Ocidente considera inaceitável.
Neste braço de ferro, a Rússia anunciou novas manobras militares junto à fronteira ucraniana.
Os exercícios têm-se repetido na Bielorrússia, vizinha da Ucrânia e Moscovo revelou hoje que irá realizar mais um treino de “missão de combate” na região fronteiriça de Rostov, com centenas de militares e veículos.
A Marinha Russa também está a realizar manobras no mar Negro, com o qual também a Ucrânia faz fronteira.
Os esforços diplomáticos europeus devem manter-se nos próximos dias e desta vez, no seguimento de iniciativa semelhante do chefe de Estado francês Macron, é o chanceler alemão Olaf Scholz que visita Kiev na segunda-feira, para um encontro com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, e depois, na terça-feira, estará com Vladimir Putin em Moscovo.
Enquanto as negociações perduram e a tensão aumenta, países como os Estados Unidos têm instado os seus cidadãos a deixarem a Ucrânia, com receio de que “as coisas possam escalar muito rapidamente”, conforme referiu na quinta-feira o Presidente Joe Biden numa entrevista.
Já hoje o Reino Unido e a Noruega fizeram apelos semelhantes aos seus cidadãos.
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