05 Março 2023, 02:01

OE2022: Rio critica gestão da dívida e prevê que “fatura irá aparecer com estrondo”

LUSA Autor
Agência de notícias de Portugal

Lisboa, 29 abr 2022 (Lusa) — O presidente do PSD criticou hoje a gestão da dívida pública, defendendo que falta “uma estratégia orçamental sustentada para a sua redução”, e previu que a “fatura irá aparecer com estrondo ao longo dos próximos anos”.


Numa intervenção na Assembleia da República, no encerramento do debate do Orçamento do Estado para 2022 na generalidade, Rui Rio sustentou que “a redução do défice que se verificou entre 2016 e 2019 não teve qualquer mérito em termos de uma política governamental estruturada, com reflexos para o futuro”.


De acordo com o presidente do PSD, “essa redução foi alcançada à custa da inércia” e, “fundamentalmente, à boleia da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que provocou uma brutal descida dos juros da dívida pública e um aumento dos dividendos do Banco de Portugal”.


“A estas facilidades, o Governo somou subidas de impostos e fez cortes no investimento público. De esforço estrutural que provocasse uma consolidação real da despesa pública nada se viu, porque nada existiu”, reforçou, considerando que esta proposta de Orçamento segue o mesmo caminho.


Rui Rio disse que “à ajuda do BCE junta-se agora a inflação, que ao provocar uma subida nominal do Produto Interno Bruto (PIB) — o que não corresponde a um efetivo crescimento económico dessa dimensão — permite ao Governo agitar alguns rácios menos negativos”.


O presidente do PSD referiu que “o rácio da dívida pública sobre o PIB, que era de 55% no início deste século, é hoje de 127%”, o que faz do Estado português, “neste momento, o 12.º mais endividado do mundo”.


“Este perigoso nível de endividamento, principalmente num cenário de subida das taxas de juro como o que já estamos a viver, e cuja fatura irá aparecer com estrondo ao longo dos próximos anos, obrigava a uma estratégia orçamental sustentada para a sua redução”, defendeu.


Porém, segundo o presidente do PSD, “nunca foi essa a opção do Governo” do PS chefiado por António Costa — “a opção foi e é a de nada fazer ao nível da gestão da despesa e ficar-se pelos ganhos meramente conjunturais que as circunstâncias lhe permitem exigir”.



IEL // JPS


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