
Agora que chegou aqui…
Ao longo do último ano, o MUNDO ATUAL tem conquistado cada vez mais leitores.
Nunca quisemos limitar o acesso aos nossos conteúdos, ao contrário do que fazem outros órgãos de comunicação, e mantivemos sempre todas as notícias, reportagens e entrevistas abertas para que todos as pudessem ler.
Mas precisamos do seu apoio. Para que possamos, diariamente, continuar a oferecer-lhe a melhor informação, não só nacional como local, assim como para podermos fazer mais reportagens e entrevistas do seu interesse.
O MUNDO ATUAL é um órgão de comunicação social independente e isento. E acreditamos que para que possamos continuar o nosso caminho, que tem sido de sucesso e de reconhecimento, é importante que nos possa ajudar neste caminho que iniciámos há um ano.
Desta forma, por tão pouco, com apenas 1€, pode apoiar o MUNDO ATUAL.
Obrigado!
E posso, por isso dizer que ninguém sente o que Nós sentimos quando os olhos dos nossos alunos brilham. Essa é a nossa Magia, aquela que não se explica. Sente-se.
A Escola Pública deu-me tudo.
Aluno da Escola Pública da Ponte ao Cerco, de Gondomar à Faculdade.
Para profissão, reconhecendo o meu olhar parcial, escolhi a melhor de todas – Professor.
E, quase trinta anos depois, tenho a certeza de que escolhi bem.
Amo o que faço.
E posso, por isso dizer que ninguém sente o que Nós sentimos quando os olhos dos nossos alunos brilham. Essa é a nossa Magia, aquela que não se explica. Sente-se.
E é de sentimentos que vos quero falar.
Nos últimos vinte anos sentimos desprezo, sentimos falta de respeito.
Muitos abandonaram a profissão à porta de entrada, outros fugiram enquanto foi tempo.
O diagnóstico está feito e o que tem sido dito e escrito nas últimas semanas, com mais ou menos sal, corresponde no essencial ao que todos sentimos – falta de Respeito.
E não foi a proposta de concursos. Foi e é muito mais que isso.
Há sempre uma sensação de que da parte do Nosso maior responsável, o Ministro da Educação, nunca somos vistos como o elemento central da sua ação. Somos O problema.
Quando as Greves começaram em dezembro a ideia geral era a de que os Professores eram uns imbecis e que se deixavam instrumentalizar pelos sindicatos. Desta vez não era a comunista FENPROF, era outro o protagonista.
Entretanto, as professoras e os professores aderiram de forma absolutamente surpreendente à forma de luta escolhida. A FNE desapareceu do palco e isso parece que nunca incomoda ninguém, nem tão pouco o facto do seu líder o ser há mais tempo que outros líderes sindicais. Será que é por ser do PSD?
PUB – CONTINUE A LER A SEGUIR
A FENPROF e outros sindicatos avançaram com as suas lutas, reconhecendo tardiamente a mobilização que surgiu da base (escolas).
E, de greve em greve, chegamos a uma Marcha pela Escola Pública a realizar, hoje, sábado, em Lisboa.
São milhares as professoras e os professores que estão a caminho de Lisboa e, de forma surpreendente, as forças de segurança entendem que é importante validar a segurança de quem viaja.
A presença nas ruas de Lisboa é a afirmação de um sonho. Podemos concordar ou discordar das reivindicações, de achar que isto ou aquilo exige dinheiro que o país não tem. Podemos tudo.
Mas, a caminho de Lisboa estão pessoas que têm um sonho para a Escola Pública.
E esse sonho, lamento, não se vai parar com ações como as das forças de segurança que estão a parar autocarros e a ver mochilas dos passageiros.
A Escola Pública não merecia isto.
A democracia e o país não podem aceitar isto.
É uma vergonha e uma vergonha não vai parar um sonho.
Porque parar autocarros não é o mesmo que parar um sonho.