23 Junho 2023, 02:11

Regimento Azov exorta à retirada de soldados feridos e civis em Azovstal

LUSA Autor
Agência de notícias de Portugal

Kiev, 05 mai 2022 (Lusa) — Um oficial ucraniano do regimento Azov, que lidera a defesa na fábrica Azovstal, último baluarte de resistência na cidade estratégica de Mariupol, exortou a comunidade internacional a pressionar a Rússia para permitir a retirada de civis e soldados feridos.


Os combates intensos continuaram hoje no complexo da siderúrgica na cidade sitiada de Mariupol, enquanto as forças russas tentavam eliminar os últimos defensores e completar a captura do porto estratégico da cidade.


Centenas de soldados ucranianos estão escondidos nos bunkers subterrâneos da fábrica, muitos deles feridos, tal como alguns civis.


O capitão Sviatoslav Palamar, vice-comandante do regimento Azov, disse numa declaração vídeo a partir dos ‘bunkers’ da unidade industrial que “os soldados feridos estão a morrer em agonia devido à falta de tratamento adequado”.


Ele instou o Presidente ucraniano, Voldymyr Zelensky, a ajudar a garantir a retirada dos feridos e dos civis ainda nos ‘bunkers’.


Palamar dirigiu-se também à comunidade internacional, denunciando os russos por “se recusarem a observar quaisquer normas éticas e a eliminar pessoas perante os olhos do mundo”.


A Rússia sustenta que as suas forças não estão a entrar no labirinto de túneis na fábrica de aço, mas Palamar garantiu que há combates em Azovstal.


“Foi o terceiro dia em que o inimigo invadiu o território da Azovstal. Está a decorrer um combate feroz e sangrento. Os defensores da cidade [Mariupol] lutam sozinhos há 71 dias com as forças esmagadoras do inimigo e demonstram tanta resistência e heroísmo que o país deve saber o que significa ser leal à pátria”, vincou.


Apesar de a Rússia ter prometido um cessar-fogo a partir da manhã de hoje, os militares ucranianos denunciaram que as tropas de Moscovo estão “a tentar eliminar” os últimos defensores de Azovstal.


A fábrica, um enorme complexo siderúrgico atravessado por redes subterrâneas, tem sido o último reduto de resistência dos combatentes ucranianos contra o exército russo em Mariupol, cidade onde se situa um porto estratégico.


A rendição ou captura destes militares seria uma importante vitória para Moscovo.


O autarca Vadim Boitchenko também pediu hoje a continuação da retirada de civis da cidade, realizadas com a ajuda das Nações Unidas e da Cruz Vermelha Internacional.


A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.


A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.


A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.



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