08 Março 2023, 14:41

Timor-Leste/Eleições: Cadernos eleitorais ‘crescem’ com jovens que podem votar

LUSA Autor
Agência de notícias de Portugal

Díli, 31 mar 2022 (Lusa) — Mais de 300 jovens que vão cumprir 17 anos antes de 19 de abril vão engrossar os cadernos de eleitores recenseados para a segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste, cujos boletins de voto começaram hoje a ser impressos.


A lei em Timor-Leste prevê que jovens que cumpram 17 anos até ao sufrágio sejam registados antes desse aniversário, ainda que só passem a ser considerados eleitores efetivos quando cumprem essa idade.


Fonte do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) explicou à Lusa que, este ano, e entre as duas voltas, 310 jovens chegam à idade mínima de voto, fazendo assim aumentar o total de eleitores recenseados e que podem votar.


Assim, nos cadernos eleitorais de 19 de abril, haverá um total de 859.925 eleitores distribuídos pelos 12 municípios do país, pela Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) e pelos centros de votação na Austrália (três), Coreia do Sul (um), Inglaterra (um), Irlanda (um) e Portugal (dois).


A atualização dos cadernos é um dos passos para a preparação da segunda volta das presidenciais que hoje ficou marcada pelo arranque da impressão dos boletins de voto, onde figuram apenas os nomes, fotos e símbolos dos mais votados na primeira volta: José Ramos-Horta e Francisco Guterres Lú-Olo.


O calendário eleitoral determina que a campanha dos dois candidatos concorrentes decorre entre domingo e 16 de abril, antes de dois dias de reflexão e a votação a 19 de abril.


Não é a primeira vez que os dois líderes disputam a segunda volta das presidenciais, já que em 2007 foram também os dois candidatos mais votados na primeira volta.


Na segunda volta, José Ramos-Horta, que estava na posição dois no boletim de voto, venceu com 69,18%, contra os 30,82% de Lú-Olo que tinha a posição um no boletim de voto.


Lú-Olo voltaria a estar no número um do boletim de voto da segunda volta das eleições de 2012, perdendo na altura contra Taur Matan Ruak, que obteve 61,23% dos votos.


Nas presidenciais há cinco anos, em que se só se disputou uma volta, Lú-Olo era número dois no boletim de voto com apoiantes, depois do sorteio de hoje, a apontar “a sorte” de voltar a ficar com este número este ano.


A previsão do STAE é que o material sensível, incluindo urnas, boletins de voto e tinta indelével para marcar os dedos de quem votou, começará a ser enviado para os municípios e para a diáspora em 13 de abril.


Uma das questões que causou alguma polémica na primeira volta tem a ver com os novos Centros de Votação Paralelos em Díli, onde podiam votar eleitores previamente registados que não conseguissem voltar aos locais onde estão recenseados.


Várias pessoas queixaram-se de não ter podido votar, com o STAE a explicar que não concluíram o processo de registo e, como tal, não estavam nos cadernos.


Desta feita, o STAE já explicou que “para efeitos de segunda votação não são admitidos novos registos nos Centros de Votação Paralelos”.


Assim, os “eleitores que não se registaram nestes centros ou cujos registos não foram concluídos para a primeira votação, só podem exercer o seu direito de voto no Suco [divisão administrativa] constante do seu cartão de eleitor”.


O mesmo se aplica em sentido inverso, ou seja, eleitores registados nos CPV têm de o fazer novamente no mesmo local na segunda volta, não podendo votar nos sucos onde estavam recenseados.


Na primeira volta das presidenciais votaram 664.106 dos 859.613 eleitores inscritos, com a abstenção a cair face ao voto de 2017, para 22,74%.


 


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