
Genebra, 25 mar 2022 (Lusa) — A Suíça anunciou hoje o reforço das sanções contra a Rússia, com mais restrições a exportações e interdição de financiamentos, mas distanciou-se da decisão da União Europeia de proibir meios de comunicação ligados ao Governo russo.
“Mesmo que estes canais sejam ferramentas de propaganda e desinformação russas, estamos convencidos de que para combater afirmações imprecisas e prejudiciais é mais eficaz colocá-los perante os factos do que proibi-los”, explicou o governo em comunicado.
Os meios de comunicação mais importantes envolvidos são a agência de notícias Sputnik e a cadeia de televisão Russia Today (RT).
No início deste mês, a União Europeia suspendeu as atividades de radiodifusão destes meios de comunicação pró-Kremlin até que “a agressão contra a Ucrânia” termine e “a Rússia e os seus meios de comunicação associados parem de realizar ações de desinformação”.
O órgão regulador dos meios de comunicação britânicos revogou há uma semana a licença ao canal RT para transmitir no Reino Unido.
Por outro lado, as autoridades suíças informaram que foram proibidas as exportações para a Rússia de mercadorias destinadas ao setor da energia e a prestação de serviços que lhes estão associados.
Foram igualmente proibidos empréstimos ou a concessão de outros meios financeiros às empresas que operam no setor da energia e qualquer participação direta nestas empresas.
Do lado das importações, os produtos siderúrgicos da Rússia deixarão de poder entrar na Suíça, e estão proibidas as vendas a esse país de bens de luxo e de componentes utilizados para a navegação marítima.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, entre os quais 120 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
ANP // PDF
Lusa/Fim